Para m[C]im, a chuva no telhado [G7]é cantiga de nin[C]ar. [D-]Mas ao pobre, meu irm[G]ão, [D-]para ele a chuva fr[G]ia [C]vai entrando em seu barr[F]aco[D-] e faz l[G]ama pelo ch[C]ão. Como p[F]osso ter um sono sosseg[C]ado se no dia que pass[G]ou, os meus braços eu cruz[C]ei? Como posso ser fel[F]iz, se ao pobre, meu irm[C]ão, eu fechei o coraç[G]ão, meu amor eu recus[C]ei? Para mim a vida já é bela, porque vivo confortável. Mas ao pobre, meu irmão, para ele a vida é dura. Não tem casa nem trabalho, e, às vezes, não tem pão. Para mim, o vento que assobia é nocturna melodia. Mas o pobre, meu irmão, ouve o vento angustiado porqu’o vento, esse malvado, lhe desmancha o barracão. Para mim a vida sorri, pois a mim nada me falta. Mas o pobre, meu irmão, falta a roupa p’ra vestir, mantas p’ra se agasalhar, e a alegria p’ra sorrir.