CEste fado que hoje cG7anto, não é tinto nem é branco,
é assim modos que burlCato.
É um fado muito lindo, muito lindo, muito lGindo,
muito lindo e nada chCato.
FÉ um fado rebuscCado, mastigado, esgrumitG7ado
ruminado e digerCido.
FUma obra conseguCida, tão sentida, tão sofrG7ida,
tão fazida sem sentCido.
Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, eu não tenho mãe nem pai,
sou filho da minha avó.
Eu fui feito no fogão, na panela de pressão,
mesmo ao pé de um pão de ló,
Eu nasci quando era moço com os ouvidos no pescoço
e os sovacos na barriga.
Inda eu não tinha ouvidos e já ouvia os ruídos
daquela velha cantiga.
Não descalces os sapatos, não descalces os sapG7atos
qu’inda tens qu’ir ó petrCóleo.
Não descalces os sapatos, não descalces os sapatos
qu’inda tens qu’ir ó petróleo.
Como tens qu’ir ó petróleo não descalces os sapatos.
Se descalças os sapatos, vamos ficar sem petróleo.
Quando eu era pequenino fui sempre muito limpinho
para não ter de apanhar.
Fazia o cócó na mão, nunca fiz xixi p’ró chão,
fazia-ó sempre p’ró ar.
Hoje nunca tomo banho, sou atirar p’ró castanho,
sofro d’odor corporal.
E o mau hálito é tamanho qu’inté parece que tenho
aerofagia bocal.
Isto é infectivelmente derivado olfatalmente,
na medida em que, pois é.
Já dizem p’raí boatos que eu não descalço os sapatos,
porque cheiram a perfume.
Ai, que mentira, que horror, o cheiro é muito melhor
quem já o cheirou que o diga.
E agora, p’ra acabar, vai toda a gente cantar
aquela velha cantiga: