D-Ai, ai, ai, ai, olha o chA7eiro que a rosa tem.
Ai, ai, ai, ai, vem à janela donzela, vem cD-á.
Na aula de anatomia, encontrou-se um cadaver.
Depois da autopsia, fora morto c’um revolvér.
Fui a Nelas ver as belas e em Nelas, belas vi.
Mas a mais bela das belas... Ai!... eras ti.
Fui ao mar buscar laranjas, coisa que lá não havia,
porque no mar não há árvores e os caranguejos não têm pescoço.
Fui ao pinheiral aos cachos, ensaquei-me de laranjas.
Veio o dono da figueira: Ó rapaz, deixa as castanhas.
As águas da ribeira assubiram aos alimites,
os peixes foram p’rás árvores e eu vou lá e papum!
Ó Malfrázia, ó Malfrázia, ó Malfrázia de Aluquérzia,
dá-me a mão da tua filha. Mas p’ra qu’é que tu a quérzia?
Se o mar tivesse varandas, ver-te-ia no Brasil.
Como o mar não tem varandas, mando-te um bilhete postil.
Ó lua que vais tão alta, redonda como um tamanco.
Ó Maria traz cá a escada que eu não chego lá c’o banco.
No alto daquela serra, mandei fazer um castelo.
P’ra dali dizer à lua: eu daqui te contempelo.
Da minha janela à tua vai um palmo de distância.
Tem cuidado, não escorregues numa casca de melância.
Minha mãe é pobrezinha, não tem nada p’ra me dar.
Dá-me beijos, coitadinha, mas eu gosto mais de broa.
No alto daquela serra, que se pode ver daqui,
uma flor bonita medra, meu amor, medra p’ra ti.
Quando a neve ao cume chega, a neve no cume cai,
o cume fica tapado e ninguém ao cume vai.